Depois de escândalos sucessivos de corrupção, a FIFA — órgão máximo do futebol mundial, por onde passam negócios de milhões — anunciou a sua vontade de fazer reformas claras e efetivas, que trouxessem mais transparência à organização. Para sinalizar esta vontade de “limpar a casa”, foi nomeada uma comissão independente para fazer um conjunto de recomendações concretas para prevenir a corrupção na organização.
Os amantes do futebol em todo o mundo receberam o anúncio desta comissão com expetativa. Esperava-se que as recomendações transformassem a FIFA numa organização mais responsável e mais dedicada à promoção do futebol e ao respeito pela verdade desportiva; em vez de na central de negócios que muitos acusam a federação de se ter tornado.
Agora que a comissão independente publicou as suas recomendações, ainda há razões para esperança?A Transparency International, que acompanhou de perto todo este processo, não vê motivos para grande otimismo. O Comité Executivo da FIFA (que tem estado no centro de muitas das suspeitas que mancharam a organização) atirou para 2013 a adoção de grande parte das recomendações feitas e mantém uma posição pouco clara sobre matérias essenciais como a investigação completa das alegações de corrupção já tornadas públicas.
O desporto-rei é fonte de alegria e inspiração para milhões de pessoas em todo o mundo. Permitir que se torne sinónimo de corrupção, favorecimento e negócios escuros é manchar uma modalidade que devia estar acima de qualquer suspeita — e é roubar a milhões de adeptos a confiança e o prazer de um desporto que devia ser uma escola de virtudes.
A TIAC acompanhou a Transparency International nesta campanha pela transparência no mundo do futebol. Também em Portugal este é um debate importante, que deve ser levado a sério pelas estruturas nacionais da modalidade.
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