O Reino Unido está a braços com um escândalo de
financiamento partidário que já levou à demissão do principal
tesoureiro do Partido Conservador, no poder. É de resto mais um
escândalo numa matéria (o financiamento dos partidos) que é motivo
habitual de controvérsia no Reino Unido.
O caso ilustra a opacidade e os conflitos de interesses que
minam o sistema político britânico, onde as doações aos partidos, sem
limite legal, servem muitas vezes para prósperos doadores comprarem
acesso privilegiado aos decisores políticos e responsáveis
governamentais; ou ganharem benefícios indevidos — de que foi
exemplo, há poucos anos, o
famoso caso dos títulos nobiliárquicos trocados por dinheiro.
Chandu Krishnan, da Transparency International UK,
recorda como estes casos estão a arruinar a confiança que os cidadãos
devem depositar nas instituições políticas. “A necessidade de
mudanças urgentes é palpável”, diz o ativista.
Importa seguir este debate. O financiamento partidário é das áreas
mais opacas da vida pública, mesmo nos países mais democráticos. Em
Portugal, a última lei de financiamento dos partidos e campanhas
eleitorais veio piorar um sistema já de si com várias falhas, como na
altura apontou a TIAC. É a hora de colocar em cima da mesa
iniciativas claras e sólidas para, com a participação
indispensável da sociedade civil, melhorar o nosso sistema de
financiamento político.
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