quinta-feira, 29 de março de 2012

OS COMPRADORES DE POLÍTICOS

O Reino Unido está a braços com um escân­dalo de finan­cia­mento par­tidário que já levou à demis­são do prin­ci­pal tesoureiro do Par­tido Con­ser­vador, no poder. É de resto mais um escân­dalo numa matéria (o finan­cia­mento dos par­tidos) que é motivo habit­ual de con­tro­vér­sia no Reino Unido.
O caso ilus­tra a opaci­dade e os con­fli­tos de inter­esses que minam o sis­tema político britânico, onde as doações aos par­tidos, sem lim­ite legal, servem muitas vezes para prósperos doadores com­prarem acesso priv­i­le­giado aos decisores políti­cos e respon­sáveis gov­er­na­men­tais; ou gan­harem bene­fí­cios inde­v­i­dos — de que foi exem­plo, há poucos anos, o famoso caso dos títu­los nobil­iárquicos tro­ca­dos por dinheiro.
Importa seguir este debate. O finan­cia­mento par­tidário é das áreas mais opacas da vida pública, mesmo nos países mais democráti­cos. Em Por­tu­gal, a última lei de finan­cia­mento dos par­tidos e cam­pan­has eleitorais veio pio­rar um sis­tema já de si com várias fal­has, como na altura apon­tou a TIAC. É a hora de colo­car em cima da mesa ini­cia­ti­vas claras e sól­i­das para, com a par­tic­i­pação indis­pen­sável da sociedade civil, mel­ho­rar o nosso sis­tema de finan­cia­mento político.

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